quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Tomado como exemplo


Tudo suporto por causa dos eleitos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus, com glória eterna.

                               2 Timóteo 2.10

Jó ao atravessar toda aquela saga, sentado em cinzas, triturando e remoendo na alma toda aquela tragédia da providência divina, se ele tivesse ao menos entendido que, na aflição e dor pela qual atravessava, estava contribuindo para esclarecer ao mundo o problema e a aceitação do sofrimento, certamente sua atitude seria totalmente outra, completamente diferente.
Verdade é que não vivemos para nós mesmos – a vida de Jó é também a nossa, num contexto amplo e generalizado. Não sabemos o que nos reserva o futuro, mas podemos estar certos de que, da mesma maneira como os dias em que Jó revolveu em luta contra o sofrimento foram os únicos que o fizeram ser lembrado, e, sem eles, seu nome nem teria sido registrado; exatamente assim, os dias nos quais lutamos, remoendo sem perspectiva ou saída, mas sempre esperançosos firmes nas promessas, serão estes os dias mais significativos da nossa existência.
Ninguém desconhece que os dias tristes são os mais marcantes. Quando vivemos dias felizes, o rosto se abre em festa e sorrisos, nos prados floridos, o coração na maioria das vezes está galopando para a dissipação, momentos fugazes, dos quais resultam apenas vagas lembranças. Em constante alegria, vivemos despreocupadamente, e de forma descuidada passamos a levar uma vida sem nenhuma profundidade. Acomodamo-nos e satisfazemos-nos com o nosso quinhão, embora seja tão raso, restrito, insignificante e tão pequeno. Muitas vezes chegamos ao final da existência sem ao menos ter conhecido ou experimentado o timbre e a ressonância das cordas mais profundas da genuína alegria.
"Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados" (Mateus 5.4).
É necessário que conheçamos o choro para experimentarmos a consolação. O brilho das estrelas se destaca mais nas noites longas e escuras do inverno, a rara e belíssima genciana ostenta a sua mais exuberante floração, nas alturas quase inacessíveis de neve e gelo.
As promessas do Altíssimo parecem cadenciadas pela pressão da intensidade da dor; assim como as uvas quando prensadas no lagar, vertem o suco mais denso e rico. Os caminhantes que percorrem a estrada do sofrimento e da dor são os que encontram e conhecem a compaixão e consolação do Homem de Dores.
Muitas vezes murmuramos por termos tido poucos dias de sol em nossa existência, mas é importante que saibamos, que as extensas horas de sombra nos foram designadas com sabedoria divina; um tempo mais prolongado de verão e sol, talvez nos transformariam em uma terra ressequida, dura e um deserto infrutífero. O SENHOR de todos nós, conhece e sabe o que é melhor a cada um dos Seus, e Ele tem as nuvens, a chuva e o sol à Sua disposição, bem ao alcance de Suas sábias mãos. Uma nuvem do tamanho da mão de um homem é o bastante para uma torrencial chuva, confiemos Nele.

"Em favor deles eu me santifico, para que também eles sejam santificados pela verdade" (João 17.19).

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