Mudaste o meu pranto em dança, a minha
veste de lamento em veste de alegria,
Salmos 30.11
Em nossa trajetória rumo à alegria e
realização plena, iniciamos com o reconhecimento de nosso total fracasso moral,
o pedido de socorro, a constatação de insuficiência, de incapacidade,
totalmente derrotados, confissão de um coração totalmente quebrantado.
A grande maioria, senão a totalidade
dos que experimentaram a Presença do SENHOR, antes declararam a total falência espiritual
e mergulharam num grande e profundo abismo existencial.
Baixamos totalmente a guarda, já não há mais
o que proteger, nossos depósitos encontraram-se vazios e desprotegidos, assim
como nossos bolsos, valores e reservas, nossas opções terminaram, esgotamos
nossas estratégias e não encontramos a saída, não há luz no fim do túnel, a
penumbra se instalou, faz tempo que não entendemos o real significado de
justiça... Agora nosso vocabulário só sabe pronunciar e suplicar por “misericórdia”.
Então passamos a clamar a Deus para que nos
faça aquilo que não somos capazes de fazer por nós mesmos. Percebemos a nossa pequenez
e a grandeza de Deus, descobrimos o quanto somos pecadores e quanto Deus é
Santo, constatamos e concordamos com a afirmativa de Jesus:
"Sem mim nada podeis fazer" (João
15.5).
"Aos homens é isso impossível, mas a
Deus tudo é possível" (Mateus 19.26).
Deus sempre caminha na contramão dos nossos
valores, nossa carne contraria as vias espirituais; observemos a ironia na qual
o SENHOR se deleita – a rota alternativa por onde se conduz: nascer na terra
árida da perda, em vez do solo fértil dos grandes feitos e realizações
suntuosas. São caminhos que evitamos, são escolhas que não nos agradam e nem
optamos por elas voluntariamente. Não é todo dia que nos dispomos a
reconhecer nossa impotência e incapacidade, é preciso grandeza para admitir
nosso fracasso, e não fazemos isso com um sorriso estampado no rosto. Confissão
total da nossa vulnerabilidade, de que somos débeis, eternos errantes, e sabendo
ainda que tudo isso não costuma ser seguido de um completo perdão e pleno
esquecimento no terreno humano, torna-se ainda mais difícil e penoso. Porém,
uma vez mais Deus Se guia pela mão inversa ao caminho do Homem.
A hora mais escura da noite é a que está mais
próxima do amanhecer. São exatamente nesses momentos de completa escuridão; quando esgotamos todas as opções e já não há mais saída nem solução, é que
precisamos nos agarrar a Suas promessas, porque elas jamais falham.
"Pois quantas forem as promessas
feitas por Deus, tantas têm em Cristo o "sim". Por isso, por meio
dele, o "Amém" é pronunciado por nós para a glória de Deus" (2
Coríntios 1.20).
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