Deus me fez prosperar na terra da minha
aflição.
Gênesis 41.52
As chuvas de verão caem fustigando impiedosamente
a terra. De sua janela o poeta solitário contempla a chuva, mas sua imaginação
o conduz além das gotas que correm torrencialmente diante dos seus olhos. Ele
já pode vislumbrar as flores multi coloridas que em breve desabrocharão, o
tapete verde escuro que cobrirá o gramado do jardim, o gorjeio animado dos
pássaros em bando nos arvoredos a beliscarem os frutos maduros, o perfume inebriante
das damas da noite, trajadas de branco, silenciosas convidando para se permanecer
um pouco mais no jardim, a contemplar o luar no firmamento adornado pelas estrelas
cintilantes...
Quantos de nós, ao sermos açoitados pelas
tempestades, ao nos depararmos com as chuvas torrenciais, nos desesperamos, nos
desanimamos, nos desesperançamos, e questionamos em nosso aflito coração: “SENHOR,
esse tremedal não terá fim”? Imaginamos que nossas provas estão além da nossa
capacidade de suportar; que a chuva da desilusão e do desapontamento é forte
demais, que as decepções farão nosso coraçãozinho sucumbir, que os nossos planos
e sonhos foram levados pela enxurrada avassaladora e que a esperança bateu em
retirada após eles, o luto montou acampamento e não parece querer sair, fazendo
o coração temer e estremecer de tanta solidão, dor e sofrimento...
Entretanto, esta ótica está muito aquém da
verdade. O que hoje nos parece chuvas de aflições e desesperos, na realidade
não passam de bênçãos para nossa vida e crescimento espiritual. Basta crermos
na Palavra de Deus, e da chuva que nos açoita e fustiga irão brotar exuberantes
flores de inebriante fragrância e indizível beleza espiritual; a nós ignoradas
e desconhecidas, até passarmos pela tempestade e pelo tremedal da disciplina
do Pai.
Observamos as chuvas, sofremos seus
efeitos; mas será que observamos também as flores que delas advém? Sentimos a
dor das provações, mas Deus vê as flores da fé que desabrocha através das
provas. Retraímos-nos ante o sofrimento, nos sentimos desmotivados e
desencorajados; entretanto, Deus vê pelos Seus refletores a terna compaixão que
está brotando em nossas almas. Sentimos muitas vezes o coração estremecer sob a
penosa dor da separação e da substancial solidão, mas Deus considera o crescimento
que a dor nos proporcionou. Afinal, nossa vida aqui é transitória, nosso lar
não é aqui... Tudo coopera para o bem dos que amam a Deus!
Não são aflições nem tribulações que fustigam
os filhos de Deus, mas amor, brandura, paciência, compaixão, e muitas outras
espécies de flores e frutos provenientes do Espírito de Deus, os quais produzem
em nossas vidas o crescimento e enriquecimento que jamais a prosperidade,
facilidades e conforto seriam capazes de afiançar-nos.
"Meu filho, não despreze a disciplina
do Senhor, nem se magoe com a sua repreensão, pois o Senhor disciplina a quem
ama, e castiga todo aquele a quem aceita como filho. Suportem as dificuldades,
recebendo-as como disciplina; Deus os trata como filhos. Pois, qual o filho que
não é disciplinado por seu pai"? (Hebreus 12.5-7).
Nenhum comentário:
Postar um comentário