quinta-feira, 9 de março de 2017

Liberalidade


Se alguém tiver recursos materiais e, vendo seu irmão em necessidade, não se compadecer dele, como pode permanecer nele o amor de Deus?

                                     1 João 3.17

O renomado escritor russo Leon Tolstói conta que em certa ocasião, enquanto caminhava despreocupadamente pela rua, encontrou um pedinte. O escritor solícito, enfiou as mãos no bolso em busca de algum trocado, mas infelizmente nada encontrou – seus bolsos estavam simplesmente vazios. Desconsertado, Tolstói se desculpou com o homem que aguardava ansiosamente por receber algum dinheiro: - "Lamento muito meu irmão, queira me desculpar, não tenho nenhum dinheiro para lhe oferecer".
Admirado, observou que nesse momento o pedinte mudou o semblante, seu rosto tornou-se iluminado, e ele respondeu: - "Moço, você já me presenteou com algo muito maior que suas moedas – você me chamou de 'irmão'".
Para a grande maioria de nós que já desfrutamos de companheirismo, carinho, afeto, que somos rodeados de atenção, cortesia, amigos, gentilezas todos os dias, um simples gesto de amor e bondade não significa muita coisa, é quase que imperceptível. Mas para o que está carente de afeição, aquele que só recebe desprezo, abandonado pelos amigos e pela sorte, que muitas vezes são evitados; um simples gesto de afeto é motivo de celebração.
Temos muito mais a oferecer aos outros do que podemos imaginar. Quantas vezes estamos tão envolvidos em nossas próprias tarefas, nossos afazeres, obrigações rotineiras, que negligenciamos e ignoramos completamente a necessidade dos que nos rodeiam, fazemos pouco ou fechamos os olhos para a dor e a aflição do próximo, em muitas ocasiões, por acharmos que não podemos solucionar ou ajudar amenizar, atenuar ou neutralizar o sofrimento. Esquecemos que um mero gesto de amor, compaixão, compartilharmos estendendo a mão, ouvindo, orientando, ajudando a equacionar e dirimir as dúvidas dos menos esclarecidos, não dependem nem envolvem ou comprometem a nossa condição financeira ou social, não somos contaminados ao demonstrarmos ou exteriorizarmos gestos de atenção e cordialidade aos necessitados que nos rodeiam, basta apenas exercermos e exercitarmos a compaixão e a liberalidade e disposição do nosso coração. Afinal de contas, é mais gratificante dar do que receber!
"Não diga ao seu próximo: "Volte amanhã, e eu lhe darei algo", se pode ajudá-lo hoje" (Provérbios 3.28).

"Aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia"! (1 Coríntios 10.12).

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