Pois se perdoarem as ofensas uns dos
outros, o Pai celestial também lhes perdoará.
Mateus 6.14
Queremos muito que todos esqueçam e perdoem
as nossas falhas, relevem os nossos erros, convivam com nossos defeitos... Mas
convenhamos; como é difícil liberar perdão quando somos ofendidos, magoados, subtraídos,
e conviver com as falhas alheias, então?!... É um trabalho para um grupo raro e
seleto de super humanos!
Acontece que a amargura, o ressentimento, a
falta de perdão é um cárcere, uma verdadeira prisão. Como uma redoma lodenta e fétida
das lamúrias e lamentações; apoiada numa base endurecida pelo ódio, fermentado
pela mistura homogeneizada da raiva somada à ira. Do forte odor da traição sobe
um vapor rancoroso que enche o ar, intoxica as narinas e arde, queima e impede
a visão. A autocomiseração e autopiedade paralisam a iniciativa, atrofiando o
desejo de liberdade, de vencerem a inércia e buscarem a luz no fim do túnel. Afinal,"Foi
para a liberdade que Cristo nos libertou"!
Se pudéssemos fazer um tour aleatoriamente
pelas mentes e pensamentos humanos, este seria um quadro bem corriqueiro.
Observemos os prisioneiros, acorrentados em
suas próprias limitações; são vítimas da traição, da luxuria, escravos do
mundanismo, dos vícios, do consumismo, dos abusos... A masmorra, feito uma cova
larga, escura e profunda é um convite sedutor e constante aos menos avisados...
A qualquer desatenção, bem sabemos que há
caminhos de mão única, onde poucos conseguem encontrar retorno. Afinal, todos
já experimentamos contrariedades, presenciamos injustiças, superamos obstáculos,
enfrentamos crises; tristezas e angústias nos assolaram, dores e sofrimentos
deixaram marcas cravadas em nós o suficiente.
Então, podemos como muitos e tantos,
prendermos à nossa dor; sim, uma dor só nossa, monopolizada em nosso ser, enraizada,
incrustada, colocada em uma redoma, onde podemos a todo instante busca-la,
revive-la, chorá-la, rememorá-la em cada detalhe... Ou podemos, como raros e
poucos; despir, descartar os trapos do sofrimento, da falta de perdão, da dor,
da injustiça, das contrariedades no vasto cesto do lixo das idas e tristes lembranças,
antes que a raiz de amargura torna-se ódio e petrifique nosso pequenino e errante
coração.
"Não vos lembreis das coisas passadas,
nem considereis as antigas. Eis que faço coisa nova, que está saindo à luz;
porventura, não o percebeis"? (Isaías 43.18-19).
Como Deus lida com as nossas frustrações,
amarguras, insatisfações, contrariedades, pequenez,...? Ele simplesmente nos
faz saber que aquilo que somos e temos Nele é astronomicamente superior a tudo
o que imaginamos não ter. Sem contar que, por menores, mais pequeninos e
insignificantes que nos sintamos ou nos permitimos sentir, por maior e mais
profunda que seja a vala da opressão ou depressão que estejamos; isto não nos diminui
diante Dele, nem abala ou arranha o nosso relacionamento e intimidade com o SENHOR,
e isto ninguém pode roubar de nós. A graça, misericórdia e o poder
reconfortante de Deus são terapêuticos para a cura da alma, Nele podemos
descansar.
"Se alguém está em Cristo, é nova
criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas! Tudo
isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos
deu o ministério da reconciliação, ou seja, que Deus em Cristo estava
reconciliando consigo o mundo, não lançando em conta os pecados dos homens, e
nos confiou a mensagem da reconciliação" (2 Coríntios 5.17-19).
Nenhum comentário:
Postar um comentário