sábado, 19 de agosto de 2017

Dispa-se da toga


Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês.

                                     Mateus 7.2

É quase imperceptível mas em todo o tempo estamos analisando e julgando o que acontece ao nosso redor.
Censuramos e até gracejamos de um homem que passa por nós cambaleando e ziguezagueando logo pela manhã, porém não presenciamos, ignoramos a surra que ele sofreu na noite anterior... Ficamos perturbados, observando e reprovando o andar coxeante de uma mulher, mas não sabemos que o seu belo calçado feriu-lhe insuportavelmente os pés...
Nos intrigamos e julgamos covarde quando vemos o medo estampado em alguém, por algo tão insignificante ao nosso ver; mas nem calculamos quantos foram os dardos e pedradas dos quais esse alguém, com muito sofrimento tem escapado...
Consideramos alguém muito saliente, estridente, espalhafatoso, extravagante para o nosso requintado e seleto gosto – mas pode ser que esse indivíduo tenha se cansado de ser ignorado e nem ser notado como tantas outras vezes... 
E quando é extremamente reservado, comedido, recatado – é  bem possível que tema novamente escorregar e se ferir de novo...
É muito lento, mais vagaroso que uma tartaruga – nem fazemos ideia de quantos tropeções levou recentemente na tentativa de ser mais rápido ao caminhar...
Não conhecemos o interior, as circunstâncias, os motivos, as razões, as dificuldades, as limitações de cada um – somente Aquele que sonda e esquadrinha o coração, sabe as intenções que há por trás de cada atitude e escolha que tomamos; é quem pode e está capacitado a julgar – "Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos" (2 Timóteo 4.1). Este é o nosso justo Juiz – portanto, deixemos a poltrona e a toga de juiz, pois não fomos chamados para isso.

"Não julguem, para que vocês não sejam julgados" (Mateus 7.1).

Nenhum comentário:

Postar um comentário