sexta-feira, 7 de julho de 2017

Driblando as pressões


Não se entristeçam, porque a alegria do Senhor os fortalecerá.

                                   Neemias 8.10

Ao finalizar o dia de trabalho, retornamos à casa exaustos, frustrados e mal-humorados, por conta das metas não cumpridas, os prazos extrapolados, as vendas não concretizadas... Ela, por sua vez, em crise de TPM, exasperada porque a babá simplesmente esqueceu-se de ministrar o antibiótico no horário para a filhinha... Cada um espera do outro, um pouco de simpatia, cumplicidade e compreensão, mas ninguém a recebe – todos estamos no limite.
Todos se acomodam à mesa do jantar, irritados, insatisfeitos, amuados, silenciosos, carrancudos, no limite do estresse... Então a pequenina, ainda um pouco febril, cruza as mãos sobre a mesa e se dispõe a orar, da forma que aprendeu – nós apenas curvamos a cabeça em reverencia, mas não o coração, que continua remoendo e processando o dia tenso e difícil – passamos lentamente a ouvi-la, e cheios de dúvidas, interiormente questionamos, de onde originou esta oração, só Deus sabe...
- "Deus, é a Monica. O SENHOR está aí? Olha, eu estou bem, obrigada – mas a mamãe e o papai não estão, sabe, eles estão meio bravos; e eu não sei o porquê... temos peixinhos no aquário, tartarugas pequeninas, o ninho do beija-flor com dois filhinhos, o cachorro Dexter, joguinhos e brinquedos, temos purê, fritas, salada de legumes e além de todas estas gostosuras, temos ainda uns aos outros para nos alegrar – talvez o SENHOR possa fazê-los deixar de estar bravos – por favor, faça isto; do contrário só o Dexter, Deus e eu teremos alguma diversão esta noite – amém"!
Antes mesmo de ser concluída, a oração já foi atendida – ainda no meio, nossos olhares se cruzam constrangidos, e ao final sorrimos e sacudimos a cabeça em afirmativa, meio que nos desculpando e concordando que sentimos muito por não conseguir separar o ambiente de trabalho, do ambiente do lar. Ambos agradecemos ao SENHOR pela doçura da voz que num choque de realidade, nos recordou o que realmente importa nesta vida.
E é exatamente nesta simplicidade onde ocorrem as afeições espontâneas, os momentos de amor real e radiante, pura ternura que brotam do âmago da alma – fazem-nos dar um sentido e um curso para a vida na direção daquilo que importa – é uma mensagem, um email de um chegado amigo, que nos exorta a guardar bem nossa coroa e nosso tesouro, enquanto os possuímos – faz-nos lembrar e refletir sobre o que temos que é bem maior do que aquilo que desejamos ou almejamos, e de que aquilo que julgamos ser urgente, nem sempre é o que realmente importa. 
Que o SENHOR tenha liberdade para nos moldar, ensinando-nos a aliviar as tensões com um sorriso, com o perdão, a tolerância, a resiliência e a verdade, que Ele possa conceder-nos a energia e o vigor, necessários à nossa jornada diária.
"Se te mostrares frouxo no dia da angústia, a tua força será pequena" (Provérbios 24.10).

"Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos" (Filipenses 4.4).

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