O homem de muitos amigos deve mostrar-se
amigável, mas há um amigo mais chegado do que um irmão.
Provérbios 18.24
Nós podemos nos concentrar em nossos Golias
que nos insultam e amedrontam por seu porte gigantesco, ou nossos Sauls que
tiram vantagens do seu cargo para nos perseguir, que tentam a todo custo nos
destruir, ou fixarmos em nossos fieis e bondosos Jônatas; podemos ponderar
sobre a malícia dos nossos monstros ou a bondade, graça e misericórdia de nosso
Cristo.
Se optarmos por superestimar a Cristo; não
será fácil. Teremos que tirar nosso foco do estuprador que impiedosamente nos
violentou, daquele oportunista que nos ludibriou e nos fez perder bem mais do
que nosso tempo precioso; do motorista espaçoso que nos fecha no transito e
estaciona em nossa vaga e usa palavrões para nos insultar; do traficante que
assedia nossos filhos no colégio; do cônjuge violento, relapso, adúltero,
desrespeitoso; dos protagonistas do “bullying” que sofremos...
Ao optarmos e escolhermos ao Mestre, as
tristes lembranças certamente ainda nos persegue, mas não mais nos controlam;
recebemos com Cristo sua proteção, provisão e amor, nunca mais enfrentaremos
sozinhos aos nossos carrascos. Buscamos ao SENHOR ao invés de vingança, entregamos
a Ele a nossa justiça; avaliamos nossas opções tendo em vista a misericórdia
Dele, não a crueldade de quem nos violentou. Meditemos na doce presença viva de
Jesus e a louvemos. Fazer isso é algo que cura nossa alma.
Podemos ainda especializar-nos em nosso
imperador do mal, se quisermos. Fazer chifres e arremessar flechas na foto
dele, memorizarmos uma grande lista dos itens que contaminaram nossa mente e de
tudo o que levaram de nós: a infância, pureza, bondade, prazer de viver,
carreira, casamento, alegria, paz, saúde.... Podemos levar uma vida recheada de
Sauls, atolar-nos até o pescoço na lama da dor, se assim o quisermos. Será que
nos sentiremos melhor?
É como trabalhar em campos petrolíferos, um
serviço bastante sujo, na melhor das hipóteses, é bem difícil remover o lodo
dos tanques de petróleo vazios; mesmo usando máscaras de gás, o mau cheiro impregna
o ar de forma a torna-lo quase insuportável; as roupas usadas no trabalho
precisam ser queimadas para eliminar o odor. Da mesma forma que ao ficarmos um
bom tempo mergulhado no fedor do nosso sofrimento, exalaremos o cheiro da
toxina que tanto desprezamos.
Qual é a melhor opção? Desfrutemos mais da
companhia dos nossos Jônatas, lamentemos menos pelos Sauls; adoremos e valorizemos
mais a Cristo. Caminhemos diariamente pela galeria da bondade de Deus,
cataloguemos os atos da Sua bondade... Todos os Seus feitos, dos pores de sol à
salvação, valorizemos tudo o que temos.
"Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e
não te esqueças de nenhum de seus benefícios" (Salmos 103.2).
Nossos Sauls levaram muito, mas Cristo nos
deu muito mais! Deixemos que Jesus seja nosso intimo amigo, dialoguemos com
Ele, não poupemos detalhes... Revelemos nossos temores, descrevemos nossos
medos, tristezas e lutas.
Nossos Sauls desaparecerão? Quem sabe? E
até que ponto isso realmente importa? Acabamos de encontrar um amigo para toda
a vida. O que poderia ser melhor do que isso?
Juntemo-nos a Davi enquanto ele proclama:
"O SENHOR vive! Bendita seja a minha
Rocha!... Este é o Deus que em meu favor executa vingança, Que a mim sujeita
nações. Tu me livraste dos meus inimigos... E de homens violentos me libertaste.
Por isso eu te louvarei entre as nações, ó SENHOR; Cantarei louvores ao teu
nome" (Salmos 18.46-49).
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