Houve silêncio, e ouvi uma voz suave.
Jó 4.16
É imensa a dificuldade que a maioria de nós
encontra na tentativa de silenciar e aquietar o nosso ser, para ouvir a voz de
Deus. Parece simples e elementar, mas basta dispormos, que surge uma multidão
de vozes, sons e apelos externos e internos, alcançam e atingem nossos ouvidos
e sentidos prendendo a nossa mente, cobrando e exigindo nossa atenção e
cuidado.
Às vezes são nossas próprias inquietações, cobranças,
perguntas, questões, urgências, deveres, cuidados que surgem e brotam do nada; em
outras ocasiões são sugestões do vil tentador, são os sons, zumbidos, ecos e ruídos
produzidos pela roda viva e pelo tumulto do mundo.
Somos cercados e rodeados, ora puxados, ora
empurrados, ora atraídos, ora impulsionados e sacudidos com as ruidosas aclamações,
festivas propagandas, apelativos reclames que nos induz a um indescritível
desassossego e inquietação. Parece-nos muitas vezes crucial atender a maioria
delas, responder a algumas indagações, são preocupações que surgem com
inseguranças e conflitos pelo amanhã que virá com todos os seus problemas que
clamam por solução; para podermos alcançar a almejada paz e o desejado sossego
de nosso espírito aflito.
Mas o SENHOR, categórico nos diz:
"Aquietai-vos, e sabei que eu sou
Deus"; (Salmos 46.10).
E a medida que nos aprofundamos e
aprendemos a beber bem devagar, sorver gota a gota desta fonte inesgotável,
nossos sentidos pouco a pouco começam obedecer e diligentemente cerramos nossos
ouvidos a todos os sons estranhos, até que como amordaçadas as vozes externas
cessam, deixam de nos influenciar – restando apenas uma doce voz mansa e suave,
mas vigorosa e renovadora soando bem dentro do nosso ser, com imensa ternura,
mas com grande poder arrebatador, trazendo-nos imensa paz, conforto e segurança.
É como a resposta de Deus aos nossos anseios, buscas e orações, é como a intercessão
do próprio Espírito Santo ministrando o refrigério do Seu bálsamo, como
curativo divino para nossa alma cansada e sobrecarregada pelos valores e cargas
mundanas. O próprio Deus vivo suprindo nossas carências, recarregando nossas
energias, reavivando Sua própria obra em nós.
É bem assim que o nosso débil espírito sacia-se
e bebe a vida de nosso SENHOR ressurreto, é de onde tiramos a força necessária
para os embates que surgem; tal como a relva tenra absorve as gotas do fresco
orvalho. Mas da mesma maneira que o orvalho não pode ser percebido nem
encontrado em noites de tempestades, o orvalho da graça, da misericórdia e dos cuidados
do Criador não é distinguido nem usufruído pela alma e o espírito inquieto e
desassossegado.
"No arrependimento e no descanso está
a salvação de vocês, na quietude e na confiança está o seu vigor", (Isaías
30.15).
Em outras palavras:
Na paz produzida pela fé está a nossa
salvação; na paciência e na tranquilidade está a nossa força; contudo, nós
muitas vezes rejeitamos!
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