sexta-feira, 22 de julho de 2016

Na quietude e no silêncio


 Houve silêncio, e ouvi uma voz suave.

                                 Jó 4.16

É imensa a dificuldade que a maioria de nós encontra na tentativa de silenciar e aquietar o nosso ser, para ouvir a voz de Deus. Parece simples e elementar, mas basta dispormos, que surge uma multidão de vozes, sons e apelos externos e internos, alcançam e atingem nossos ouvidos e sentidos prendendo a nossa mente, cobrando e exigindo nossa atenção e cuidado.
Às vezes são nossas próprias inquietações, cobranças, perguntas, questões, urgências, deveres, cuidados que surgem e brotam do nada; em outras ocasiões são sugestões do vil tentador, são os sons, zumbidos, ecos e ruídos produzidos pela roda viva e pelo tumulto do mundo.
Somos cercados e rodeados, ora puxados, ora empurrados, ora atraídos, ora impulsionados e sacudidos com as ruidosas aclamações, festivas propagandas, apelativos reclames que nos induz a um indescritível desassossego e inquietação. Parece-nos muitas vezes crucial atender a maioria delas, responder a algumas indagações, são preocupações que surgem com inseguranças e conflitos pelo amanhã que virá com todos os seus problemas que clamam por solução; para podermos alcançar a almejada paz e o desejado sossego de nosso espírito aflito.
Mas o SENHOR, categórico nos diz:
"Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus"; (Salmos 46.10).
E a medida que nos aprofundamos e aprendemos a beber bem devagar, sorver gota a gota desta fonte inesgotável, nossos sentidos pouco a pouco começam obedecer e diligentemente cerramos nossos ouvidos a todos os sons estranhos, até que como amordaçadas as vozes externas cessam, deixam de nos influenciar – restando apenas uma doce voz mansa e suave, mas vigorosa e renovadora soando bem dentro do nosso ser, com imensa ternura, mas com grande poder arrebatador, trazendo-nos imensa paz, conforto e segurança. É como a resposta de Deus aos nossos anseios, buscas e orações, é como a intercessão do próprio Espírito Santo ministrando o refrigério do Seu bálsamo, como curativo divino para nossa alma cansada e sobrecarregada pelos valores e cargas mundanas. O próprio Deus vivo suprindo nossas carências, recarregando nossas energias, reavivando Sua própria obra em nós.
É bem assim que o nosso débil espírito sacia-se e bebe a vida de nosso SENHOR ressurreto, é de onde tiramos a força necessária para os embates que surgem; tal como a relva tenra absorve as gotas do fresco orvalho. Mas da mesma maneira que o orvalho não pode ser percebido nem encontrado em noites de tempestades, o orvalho da graça, da misericórdia e dos cuidados do Criador não é distinguido nem usufruído pela alma e o espírito inquieto e desassossegado.
"No arrependimento e no descanso está a salvação de vocês, na quietude e na confiança está o seu vigor", (Isaías 30.15).
Em outras palavras:

Na paz produzida pela fé está a nossa salvação; na paciência e na tranquilidade está a nossa força; contudo, nós muitas vezes rejeitamos! 

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