Encontrei Davi, filho de Jessé, homem
segundo o meu coração; ele fará tudo o que for da minha vontade.
Atos
13.22
A Paulo Ele chamou de apóstolo, João de Seu
amado; nem a Abraão, Noé, Moisés ou José, nenhum deles foi identificado como um
homem segundo o coração de Deus.
Observando a história de Davi nos
questionamos: o que Deus viu nele? Um camarada baixinho, magro, ruivo, frágil,
o próprio pai quase se esquece dele ao relacionar os filhos; caía toda vez que
se levantava, tropeçava toda vez que vencia. Ele perturbou Golias com o olhar,
mas cobiçou Bate-Seba com os olhos; desafiou os escarnecedores de Deus no vale,
mas se juntou a eles no deserto. Em um dia, era um escoteiro condecorado e, no
outro, era amigo de marginais. Pôde liderar exércitos, mas não foi capaz de administrar uma família.
Davi, como todo mundo se irritava, se
irava, se lamentava, tinha receios e temores, tinha sede de justiça; mas tinha
fome de Deus, tinha oito esposas, mas tinha apenas um Deus.
Seria assim um homem segundo o coração de
Deus? O fato de Deus vê-lo profundamente do modo como ele é e ainda o elegê-lo,
enche-nos de esperança. Pois a vida de Davi tem muito pouco a oferecer ao
Santo, puro e imaculado.
Os de alma reta acham a história de Davi
decepcionante, mas para o restante de nós, ela é muito reconfortante, pois
estamos no mesmo patamar. Alternamos entre bons e profundos mergulhos e frustrantes
barrigadas contra a água, delicadas musses e sufles, e torradas insossas e queimadas.
Nos bons momentos de Davi, ninguém foi
melhor, não sofria derrotas; mas em seus maus momentos, alguém poderia ser
pior? O coração que Deus amava era um coração cheio de altos e baixos, repleto
de complexos e defeitos...
Precisamos muito e urgentemente da história
de Davi. Os gigantes andam à nossa espreita, em todo o tempo a nos rondar. São
derrotas, vícios, injustiças, calúnias, rejeições, fracassos, desempregos, escassez de recursos, vinganças, temores, remorsos, amarguras. Nossos conflitos
se erguem diante de nós e parecem bem maiores do que podemos enfrentar, são
verdadeiros gigantes e temos de encará-los, não há como evitá-los.
Contudo, não precisamos enfrentá-los
sozinhos. Primeiramente e na maior parte
do tempo, devemos nos concentrar em Deus, em saber verdadeiramente quem é o
nosso Deus. Todas as vezes em que Davi fez isso, os gigantes caíram diante
dele, e quando deixou de fazê-lo, foi Davi quem caiu.
Observemos como Davi não pergunta nada
sobre o peso da lança, a altura do oponente, o peso do escudo ou o significado da caveira com as duas
tíbias cruzadas que estavam tatuadas nos bíceps do gigante. Davi não perde o
sono preocupado com a luta ou com as dificuldades que iria enfrentar. Não, não,
o gigante para ele é um zero à esquerda, é apenas mais um adversário.
Contudo, ele pensa muito em Deus, vejamos
nas palavras de Davi, as referências que ele faz ao SENHOR.
"Os exércitos do Deus vivo" (v.
26).
"Os exércitos do Deus vivo" (v.
36).
"O SENHOR dos Exércitos, o Deus dos
exércitos de Israel" (v. 45).
"O SENHOR o entregará nas minhas mãos
... e toda a terra saberá que há Deus em Israel" (v. 46).
Será que como Davi, estamos ao menos quatro
vezes mais propensos a exaltar a grandeza de Deus, do que a discorrer sobre as exigências
do nosso dia? Pensemos nisto.
"Conheçamos o Senhor; esforcemo-nos
por conhecê-lo" (Oséias 6.3).
"Não se glorie o sábio em sua
sabedoria nem o forte em sua força nem o rico em sua riqueza, mas quem se
gloriar, glorie-se nisto: em compreender-me e conhecer-me, pois eu sou o
Senhor, e ajo com lealdade, com justiça e com retidão sobre a terra, pois é dessas
coisas que me agrado, declara o Senhor" (Jeremias 9.23,24).
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