sábado, 25 de junho de 2016

Ansiosa expectativa


Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada. A natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam revelados.

                              Romanos 8.18,19

Conta-se de um curioso fato ocorrido numa cerimônia nupcial na antiga Inglaterra. Um nobre, rico e excêntrico rapaz de conceituada família e de elevadíssima e destacada posição social, aos dez anos de idade havia perdido a visão num grave e trágico acidente. A despeito da cegueira, até então irreversível para a medicina, concluiu o curso superior, e estava noivo de uma jovem de rara, notável e singular beleza.
Com a evolução da medicina, dias antes do esperado casamento, ele se submeteu a uma bateria de exames, tratamentos específicos e por fim a cirurgia final nas mãos de renomados especialistas; o clímax final foi reservado para o grande dia da cerimônia nupcial.
Havia chegado a hora, todos estavam muito ansiosos, amigos, parentes e convidados. Entre estes, ministros de estado, generais, representantes de toda esfera do governo, médicos, sacerdotes, bispos e jornalistas todos queriam presenciar o desfeche de sua história.
O noivo, em suas vestes nupciais, de requintado e esmerado bom gosto, com os olhos ainda envoltos pelas ataduras, entrou na igreja com o pai, e juntos caminharam até a sala paroquial, onde os médicos os aguardavam para afinal remover as vendas dos olhos e concluir se foram bem sucedidos na intervenção cirúrgica.
A noiva chegou, trajava vestes tão lindas e delicadas que a sua visão sugeria aspectos angelicais, foi entrando conduzida pelo pai; grande era a emoção geral.
Será que finalmente aquele a quem ela tanto amava iria ver o seu rosto, que tantos admiravam, mas que ele só conhecia em tocar?
Ao aproximar-se do altar, ao som dos últimos acordes da marcha nupcial, seus olhos ansiosos e aflitos pousam no grupo da equipe médica.
Ali estavam todos, o médico acabara de remover dos olhos dele a última atadura. O noivo dá um passo vacilante à frente, com a visível insegurança e dramática incerteza de quem não consegue acreditar que está acordado. Um facho de luz róseo vindo de um vitral ilumina seu rosto, mas isso não ofusca o seu olhar nem chama a sua atenção.
Recobrando num instante sua firmeza de expressão, e com uma dignidade e êxtase jamais presenciados em seu rosto, adiantou-se ao encontro da amada noiva. Olharam-se ambos demoradamente, e de forma desconcertada dir-se-ia que os olhos dele jamais deixariam o angelical rosto da moça.
“Até que enfim”! Murmurou ela. “Até que enfim”! Exclamou ele, solenemente, inclinando-se em direção aos demais presentes.
Foi uma cena inesquecível, de grande impacto e sem dúvida alguma de indizível alegria a todos os convidados. E a nós cristãos que vivemos neste mundo de lutas, dores, provas, trevas e sofrimentos, nos sugere quando estivermos frente a frente, face a face com o Noivo Amado.

"Antes eu te conhecia só por ouvir falar, mas agora eu te vejo com os meus próprios olhos" (Jó 42.5).

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