sábado, 11 de junho de 2016

A glória vindoura


Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada.

                           Romanos 8.18

Há algo de curioso sobre a mariposa imperial: ela sai do casulo por um pequenino orifício, por demais estreito para o seu corpo. E, interessante é que não fica vestígio de sua passagem por ali, um casulo vazio é igual ao ocupado.
Ao observar a evolução de um desses casulos para ver a saída do inseto, constatei que o orifício era pequenino demais e poderia machucar o pobre inseto que lutava pela liberdade. Então resolvi, que o melhor seria ajuda-lo para facilitar a trabalhosa e dificultosa transição ao coitadinho. Em minha melhor performance de defensor dos fracos e oprimidos, pousando de mais sábio e compassivo que o próprio Criador do inseto, munido de tesoura em punho dei um pequeno pique alargando o orifício.
Sem maiores dificuldades a mariposa foi liberta, agradecida arrastava seu corpo encolhido. Fiquei observando atento para ver seu primeiro voo, não perderia por nada esse espetáculo que a natureza havia me reservado. Com a ajuda de uma lupa, podia ver os minúsculos pontos cintilantes e coloridos em suas asas encolhidas, aguardava ansioso por vê-los dilatarem e formarem os desenhos que fazem da mariposa imperial a mais bela de sua espécie. Mas, infelizmente nada ocorreu... o fenômeno nunca se deu!
Em minha boa intenção de facilitar a transição para o inseto, simplesmente impedi que se completasse o ciclo onde o processo estimularia a circulação nos micros vasos de suas asas! Em decorrência disso, minha mariposa, criada para voar livremente, embelezando e decorando a natureza pelos ares onde passasse, atravessou sua curta e efêmera existência com as asas atrofiadas, arrastando um corpo disforme.
Essa mariposa salta em minha memória sempre que observo com olhos compassivos, pessoas se debatendo em meio a dores, provações, sofrimentos, angústias, derrotas, lutas... Certamente, o meu primeiro impulso é de bom grado cortar-lhes a disciplina, impedir o sofrimento, livra-las das dores e das angústias e libertá-las por completo.
Homem sem visão e curto de entendimento que sou!!!
Qual dessas dores poderia ser poupada sem dano? A perfeita visão, o perfeito entendimento, o perfeito amor, que deseja completar a obra e o término de Seu objeto, não recua por uma fraqueza sentimental diante do pequeno sofrimento presente e transitório.
O real, puro, imenso e genuíno amor do nosso Pai é verdadeiro demais para fraquejar; e porque Ele ama a Seus filhos, os corrige, a fim de fazê-los participantes da Sua santidade. Com essa finalidade em vista, Ele não hesita nem nos poupa o pranto, pois o fim justifica os meios. Aperfeiçoados através do sofrimento, os filhos de Deus são exercitados na obediência e conduzidos à glória, por meio da tribulação.
"Meu filho, não despreze a disciplina do Senhor, nem se magoe com a sua repreensão, pois o Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a quem aceita como filho. Suportem as dificuldades, recebendo-as como disciplina; Deus os trata como filhos. Pois, qual o filho que não é disciplinado por seu pai"? (Hebreus 12.5-7).
"Mas alegrem-se à medida que participam dos sofrimentos de Cristo, para que também, quando a sua glória for revelada, vocês exultem com grande alegria" (1 Pedro 4.13).

"Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo, se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória. Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada" (Romanos 8.17,18).

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