quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Seguindo o Mestre


Depois de conduzir para fora todas as suas ovelhas, vai adiante delas, e estas o seguem, porque conhecem a sua voz.

                                  João 10.4

Talvez seja esse o trabalho mais penoso de nossa jornada, para o Mestre e também para nós, o sair do aprisco; envolve abrir mão da segurança, do comodismo, do conformismo e da total e completa dependência e expectativa de tudo pronto nos favorecendo a todo instante. Há um momento em que os pássaros terão de deixar seus ninhos e aprenderem a voar, buscar seu próprio alimento, fortalecer suas asas, estabelecer seus próprios limites. Isso no primeiro instante é muito doloroso... Contudo, é fundamental e extremamente necessário para o nosso crescimento e real bem-estar, rompermos com as barreiras da estagnação, do formalismo das teorias e adentrarmos as águas instáveis da prática, embora tudo isso nos proporcione insegurança e temor, precisamos rumar alto mar, águas nunca antes navegadas, fortalecer nossos músculos espirituais. Só por isso Ele nos conduz para fora, o redil fica vazio, para as ovelhas vagarem pelos salutares flancos montanhosos, pelos penhascos, trilhas e riachos, para saberem discernir entre as águas cristalinas e as águas salobras, rotas e barrentas cisternas, entre os pastos verdejantes das campinas e o frio deserto congelante e as areias escaldantes...
Os obreiros precisam ser lançados ao alto e agitado mar, para socorrer os que estão se afogando, precisam ser atirados em campo aberto já amadurecido para a colheita, de outra maneira se perderão os preciosos grãos. Os becos e os guetos precisam ser percorridos para que todos tenham chances e sejam convidados para a grande cerimônia que se aproxima.
Tomemos alento, avancemos confiantes! Ele sabe o que é melhor, todos os Seus planos e promessas serão realizados, se efetivarão; se nos tira a proteção e o conforto do aprisco é porque isso se faz necessário. Quem sabe se não foi exatamente para a realização dessa tarefa que fomos criados? Para esse preciso momento estarmos onde estamos?
Se a amorosa mão do SENHOR nos conduz, sigamos rumo aos pastos verdejantes, às águas tranquilas, aos altos montes; sabendo, no entanto que Ele vai adiante de nós, abrindo os caminhos, tirando os espinhos, as minas escondidas, as pedras de tropeços; qualquer perigo que haja adiante, Ele já aplainou nossa vereda, já viu antecipadamente, já preparou nossa jornada e vai conosco em todo o percurso.
Os olhos espirituais da fé veem além, podemos discernir Sua gloriosa e majestosa presença, o que nos dá segurança para prosseguir, porém quando não conseguimos identificá-la, nem reconhecê-la, torna-se arriscado e perigoso avançar. Somente sob o comando do SENHOR nos movemos em segurança:
"Sempre que a nuvem se levantava de cima da Tenda, os israelitas partiam; no lugar em que a nuvem descia, ali acampavam" (Números 9.17).
Guardemos sempre em nosso coração a convicção de que o nosso Salvador já experimentou todas as tribulações e a dificuldades que teremos pela frente, jamais nos permitiria enfrentar algo alem da nossa capacidade; então não estejamos inquietos, preocupados e ansiosos com o amanhã, não nos desgastemos sobrecarregados com estratégias e ensaios para o futuro, o próximo passo, a escolha do caminho, a responsabilidade do futuro está com Ele; vamos calmamente um passo por vez, seguindo o Pastor, o amanhã, antes de chegar até nós está em Suas mãos, apenas confiemos.

"O Senhor é o meu pastor; de nada terei falta. Em verdes pastagens me faz repousar e me conduz a águas tranquilas; não temerei perigo algum, pois tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem... Bondade e a fidelidade me acompanharão todos os dias da minha vida, e voltarei à casa do Senhor enquanto eu viver" (Salmos 23.1,2,4,6).

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