Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do
Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto, onde, durante quarenta dias, foi
tentado pelo diabo.
Lucas 4.1,2
Mesmo cheio do Espírito Santo, Jesus não
foi poupado pelo diabo. Às vezes a tentação se torna mais acirrada, no momento
que mais nos aproximamos de Deus. É como o dito popular: “O inimigo alveja alto”.
Ele levou um apóstolo a negar seu Mestre, levou outro a traí-Lo, e os demais a
deixa-Lo só no momento em que mais necessitava de apoio.
Mas se observarmos, veremos que quando
alguém está cheio do Espírito de Deus, certamente terá grandes embates com o
tentador. Foi mesmo assim com Martinho Lutero, teve muitos conflitos com o
diabo, isso porque ele iria sacudir o próprio reino do inferno. E o apóstolo
Paulo então, quantas lutas enfrentou?
No treinamento de Deus, Ele permite a
tentação porque ela funciona como as tempestades aos carvalhos e bambuzais, nos
enraíza, fortalecem as estruturas, dá envergadura; como o fogo da forja nos
vasos de pintura em porcelana, ele as fixa, enrijece, solidifica.
Jamais poderíamos avaliar o quanto estamos
ligados ao SENHOR e Ele a nós, o quanto podemos confiar em seus cuidados, e sua
pronta atenção, se nunca enfrentássemos os ataques diretos do inimigo quando
ele usa todo o seu arsenal bélico contra nós; nesses momentos podemos sentir
literalmente a constante presença do nosso grande General.
Não podemos nos frustrar, imaginando que as
lutas e aflições enfrentadas são punições, castigos decorrentes de pecados
encobertos; às vezes são apenas para trazer-nos amadurecimento de caráter,
fazem parte do nosso treinamento, nossa graduação para recebermos “graças”
também extraordinárias:
"Nos consola em todas as nossas
tribulações, para que, com a consolação que recebemos de Deus, possamos
consolar os que estão passando por tribulações" (2 Coríntios 1.4).
"Considero que os nossos sofrimentos
atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada" (Romanos
8.18).
Deus tem sua forja particular, seus
instrumentos: bigorna, lixas, politriz, desempenadeira, bisturi, talhadeira,
martelo para tratar e trabalhar as pedras brutas e torna-las suas joias, suas
preciosidades, seus vasos de ouro, de prata, de madeira, de palha; e aqueles
que se destacam os que Ele particularmente ama e deseja usa-los com mais frequência,
acabam sendo mais lapidados, mais esculpidos, mais entalhados para receberem o
formato ideal para o que se destinam.
Todos nós, ao olharmos para trás, veremos
que devemos grande parte de nossa evolução espiritual, muito mais ao fogo da
fornalha ardente, ao deserto, aos vales, as lixadeiras e desempenadeiras do que
a quaisquer outros instrumentos usados pelo nosso Mestre, Ele sabe exatamente
como nos moldar. São nos momentos que atravessamos grandes trevas que Ele
reserva sua luz mais brilhante para nos iluminar.
"Mas vós sois a geração eleita, o
sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as
virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz"; (1
Pedro 2.9).
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