terça-feira, 22 de setembro de 2015

Somos peregrinos


Antes vocês nem sequer eram povo, mas agora são povo de Deus;... Como estrangeiros e peregrinos no mundo, vocês se abstenham dos desejos carnais que guerreiam contra a alma.

                             1 Pedro 2.10,11

A cada dia de forma imperceptível, travamos uma batalha no mundo invisível, são as forças do bem digladiando contra as forças do mal:
"Pois a nossa luta não é contra seres humanos (sangue e a carne), mas contra os poderes e autoridades (principados e potestades), contra os dominadores deste mundo tenebroso (príncipes das trevas deste século)" (Efésios 6.12).
Há ocasiões em que nos sentimos fortalecidos, nos agarramos às promessas, estamos convictos de nossa vitória, são hinos, são aleluias, são glórias, são cânticos, são salmos, nosso coração está radiante, escalamos as nuvens...
Mas há dias em que nos encontramos no vale, ou escapamos das escarpadas pedreiras que escalávamos e nos encontramos, numa queda vertiginosa rumo ao final do abismo... nossos joelhos, tornozelos, pés e mãos já estão sangrando, pelo esforço da dura escalada, são pedras soltas, bate o cansaço, os olhos ardem pelo sal do suor que goteja em nossa fronte, a boca seca, e a dor lacerante dos ferimentos nos abate, trazendo a triste convicção de que estamos muito longe do topo, e que nossa reserva de forças se esgotaram lá atrás...
Perdemos as contas de quantas foram as vezes que esperamos atingir o fundo do abismo, mas em todas as nossas quedas, todas as vezes que nossos pés se resvalam, há duas mãos feridas que surpreendentemente nos ampara e nos reergue e nos encoraja: “Tente outra vez!” “Estou aqui para te ajudar”!...
Somos errantes, peregrinos, estamos numa grande escalada, a estrada é longa, extensa, a luta é árdua, exige um esforço além do nosso medíocre desempenho, as apostas contra nós são altas, e aos olhos humanos jamais teremos chances.
Mas ainda assim, demos o primeiro passo, quando convidamos Jesus, o Filho do Deus Altíssimo para tornar-se SENHOR absoluto de nossa vida, nosso único e suficiente Salvador. Recebemos então o cinto para envolver nosso dorso na escalada terrestre: o Espírito Santo, e também a corda para nos sustentar na queda: sua Palavra.
Nos primeiros passos, julgamos ser simples, foram confiantes, cheios de si, vibrantes, mas com as lutas do cotidiano, com os embates nossa convicção estremeceu, veio o cansaço, a insegurança, o medo, a incerteza, nossos pés resvalam, escorregam, perdemos o foco, e lá vamos nós, despencamos desenfreadamente, desorientados, fora de controle... Um instante que parece durar toda a vida... Mas imediatamente, a corda mais uma vez é esticada, e ficamos suspensos apoiados e atados pelo cinto de segurança, e agarrados à corda, descobrimos quão grande, forte e presente é o nosso Deus, que segura nossa alma e pacientemente nos recoloca no devido lugar, e a jornada recomeça... Agora somos mais cautelosos, cuidadosos, mas a experiência nos faz entender que podemos confiar nas promessas, e Naquele que promete nunca nos abandonar, e não permitir nossa queda...
Estamos convictos de que chegaremos ao topo, estamos quase lá, e que embora sejamos frágeis, pequenos e limitados, contamos com a força do SENHOR, aprendemos a depender, esperar e confiar Nele. Sabemos que agarrados Nele, quando nossas forças se esvaem, veremos o cume, ficaremos de pé no topo, venceremos, e quando lá chegarmos nos alegraremos com os demais, que também tudo deixaram e tudo sacrificaram em prol dessa jornada. E juntamente com Judas, entoaremos esses versículos:

"Àquele que é poderoso para impedi-los de cair e para apresentá-los diante da sua glória sem mácula e com grande alegria, ao único Deus, nosso Salvador, sejam glória, majestade, poder e autoridade, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor, antes de todos os tempos, agora e para todo o sempre! Amém" (Judas 1.24,25).

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