Somos Adoradores

Venham! Adoremos prostrados e ajoelhemos diante do Senhor, o nosso Criador;

                          Salmos 95.6

Mais de dois mil anos se passaram e algumas de nossas atitudes permanecem inalteradas, ainda nos esforçamos para encontrar as melhores palavras ao orar, ainda buscamos meios de impressionar a Deus em nossa adoração, ainda tropeçamos em alguns textos sagrados, ficamos indecisos sobre o momento ideal de dobrar os joelhos e nos prostrarmos, o momento certo de entoarmos cânticos, exaltarmos, ou nos quebrantarmos e deixarmos as lágrimas brotar... não sabemos o momento de nos levantar... somos inseguros sobre como orar... ficamos constrangidos de orarmos em voz alta e sermos ouvidos pelos demais, não queremos nos expor, não queremos incomodar, somos tímidos na presença de nosso Pai. Inovamos em tantos aspectos, somos criativos em tantos seguimentos, mas permanecemos arcaicos em se tratando de orar.

"Cantem ao Senhor um novo cântico, seu louvor desde os confins da terra,.... Que o deserto e as suas cidades ergam a sua voz; regozijem-se os povoados habitados, gritem pelos altos dos montes.

Deem glória ao Senhor e nas ilhas proclamem seu louvor" (Isaías 42.10,11,12).

Adorar é uma missão assombrosa. Por esse motivo Deus nos presenteou com os Salmos – um passo à passo de adoração para o povo de Deus, os tímidos, os intimistas, os recatados, os retraídos, os sofridos, os atribulados, os sobrecarregados, os esquecidos, os que a dor silenciou e emudeceu para sempre, também podem adorar e louvar o Criador... Cada um dos hinos compostos e dos clamores dessa compilação de textos está ligada ao mesmo fio condutor: uma alma sedenta, esfomeada por Deus.

Alguns Salmos são confrontantes, nos aguçam os sentidos; outros, piedosos e ternos... há poesia que pode ser musicalizada para os eruditos e capacitados; outras são para reflexões, meditações, orações, degustarmos de mansinho. Alguns são viscerais, específicos se adéquam ao seu próprio nicho; outros, compostos para serem usados universalmente... mas a grande verdade é que todos eles são muito especiais e abrangentes.

A diversidade demonstra que adorar é algo pessoal, individual; não há uma receita pronta a ser seguida, uma poção misteriosa e ritualística... o que inspira a um, pode ser um bloqueio para o outro, uns são mais espontâneos, outros mais retraídos. É como o tempero de cada culinária, cada um tem o seu, uns mais condimentados outros mais amenos... Cada um ora de um jeito próprio, porém todos devemos render a Deus nossa adoração.

Falar com nosso Pai Celeste e demonstrar nosso amor e rendição a Ele é bem mais simples que parece, não precisamos encontrar palavras bonitas ou fazer floreio, porque na verdade o que Ele valoriza mesmo é a pureza de nosso coração.

"Ó Senhor, dá palavras aos meus lábios, e a minha boca anunciará o teu louvor. Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás" (Salmos 51.15,17).

"Aclamem o Senhor todos os habitantes da terra! Prestem culto ao Senhor com alegria; entrem na sua presença com cânticos alegres. Entrem por suas portas com ações de graças, e em seus átrios, com louvor; deem-lhe graças e bendigam o seu nome" (Salmos 100.1,2,4).