domingo, 18 de janeiro de 2015

Confiemos somente em Deus


Então terá misericórdia dele, e lhe dirá: Livra-o, para que não desça à cova; já achei resgate.

                 Jó 33.24

Se observarmos veremos que a verdadeira amizade pode ser medida tanto por palavras quanto pelo silêncio, aliás, há momentos em que o silêncio é melhor que mil palavras.
Um verdadeiro amigo sabe o momento certo de falar e de calar. Os amigos de Jó, por exemplo, mostraram genuína sabedoria durante os sete dias de silêncio ao virem compartilhar a dor de Jó. Mas, depois que começaram a falar, não mais se contiveram. Muito do que disseram era óbvio, algumas afirmativas eram até verdadeiras. Porém em relação ao sofrimento, estavam todos na escuridão tanto quanto Jó. Quando Deus finalmente falou (Jó 38.1-41.34), Ele silenciou a todos.
Dos quatro amigos que visitaram Jó, Eliú foi o mais centrado, que mais se aproximou da verdade. Ele encorajou Jó a olhar para além das circunstâncias e confiar no SENHOR. Não sabemos qual foi a resposta de Jó a Eliu, pois Deus se pronunciou logo depois deste jovem. Atentemos para as palavras de Eliú, pois somente ele escapou da reprovação de Deus. Deus ordenou aos outros três se arrependerem e se desculparem com Jó (42.7-11).
A avalanche de acusações e reprovações de seus amigos pesaram e constrangeram a Jó. Com sutil sabedoria, Eliu mostra a Jó que ele havia enfatizado demais sua própria justificação (Jó 33.7-8). Ele retoma os clamores de Jó sobre sua virtude pessoal (Jó 33.9) e suas alegações quanto à injustiça de Deus (Jó 33.10-11). Mas, então, Eliú lembra ao seu amigo mais velho que o relacionamento de Deus com a humanidade não é mecânico (Jó 33.12-18). Nós adoramos, obedecemos, amamos e conhecemos Deus até certo ponto, somos limitados aos nossos sentidos. Deus, porém, está muito acima de nossa plena compreensão. Quando estamos vivendo sob o calor da dor e sofrimento, nos esquecemos de que “tudo coopera para o bem dos que amam a Deus”. Eliú faz uma leitura da situação e de maneira simples a define: “Maior é Deus do que o Homem” (Jó 33.12). A criatura não pode contender com o Criador.
Depois de desafiar Jó com brandura, Eliú caminha para o ponto principal. Se um mensageiro nos apresentasse a Deus (Jó 33.23), ele não o faria com o objetivo de nos dar oportunidade de nos justificar diante Dele. Quanto mais olhamos para nós mesmos, mais percebemos nossa pequenez diante Dele, nossa necessidade da graça e misericórdia, do perdão; maior é a possibilidade de oferecer a Deus apenas desculpas, justificativas e explicações. Quanto mais olhamos para a glória de Deus e sua justiça perfeita, mais inclinados estaremos a nos prostrarmos, cairmos de joelhos em profundo e silencioso arrependimento. Foi exatamente isso que aconteceu no final da história de Jó: “Eis que sou vil; que te responderia eu? A minha mão ponho à boca” (Jó 40.4).

Eliú atribuiu ao “mensageiro” outros nomes: “intercessor”, “resgatador”, “alguém capaz de redimir” (Jó 33.23-24). Eliú não estava descrevendo sua própria atuação na situação de Jó, ele tentava reconduzir a atenção de Jó novamente para Deus. Em seu caminho para a “cova” (Jó 33.22), as pessoas necessitam de algo além da meras palavras: precisam de alguém que possa resgatá-las. Reconhecermos que somos pecadores, egoístas, mesquinhos, maus, blasfemadores, injustos não é o suficiente para nos salvar. Esta percepção, insatisfação, simplesmente nos prepara para aceitar, buscar ou rejeitar, recusar a oferta de salvação de Deus. Admitir nosso pecado é um passo importantíssimo em direção à salvação, mas não chegaremos lá até que aceitemos o resgate: JESUS. Ele é o “um entre milhares” (Jó 33.23), o único que nos mostra, conduz e nos concede a justiça de Deus (Jó 33.26).

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