Oremos hoje para que estejamos abertos ao
agir e aos planos de Deus para nós, que as barreiras que criamos que limitam a
vontade do SENHOR sejam derrubadas em nossas vidas, que em todas as nossas
decisões e escolhas Deus esteja ocupando seu espaço primordial e fundamental.
A natureza humana constrói um retrato
daquilo que pensa ser Deus, com o nosso limitado e restrito imaginário tentamos
desenhar a grandeza do imensurável; uma espécie de caixa espiritual, onde
podemos encaixá-lo. Queremos um Deus ajustável, previsível. As fórmulas “como
fazer”, “passo à passo” são bem confortantes – evidências tangíveis, palpáveis de
que as coisas funcionarão do modo que desejamos, tal como prevíamos e
esperávamos.
Entretanto, a espécie de desapontamento ou
decepção que nos choca a fé, nos surpreende negativamente, nos assusta,
incomoda, abala nossa estrutura e cômoda segurança; leva as paredes dessa caixa
espiritual a ruir, dissolver-se. O território espiritual aqui é desconhecido,
navegamos por águas profundas nunca dantes navegadas por nós, e as vezes o
terreno obscuro é assustador. Em nossa insegurança talvez tomemos uma rota, uma
escolha errada para chegarmos onde almejamos, ao rumo desejado. Na noite, no
escuro, não sabemos os perigos que nos espreitam; e por vezes o medo, o pavor
nos rondam, nos cercam bem de perto.
Queremos retornar aos dias em que a fé parecia
simples e certa, onde nos encontrávamos seguros nos braços confortáveis do Pai.
Ansiamos por algo onde nos segurar – um estudo
bíblico, um retiro espiritual avivado, fervoroso, um zelo sincero, ou algo que
nos prometa aquela antiga certeza. Desejamos que a fé perca sua verdadeira essência,
“a convicção do que se espera”, que deixe de parecer fé.
Contudo, não há volta atrás, ou o sistema
de crença manejável já não funciona tão bem. As paredes da caixa começam a
desintegrar-se. Deus, as vezes, parece estranhamente ausente, como se nos
tivesse deixado entregues a nós mesmos para acertar as coisas; tipo: “vamos ver
como você se sai”.
Na realidade, porém, o que experimentamos é
esta angústia e confusão do soltar-se, não de Deus, mas dos fins certos,
mensuráveis, previsíveis e seguros que construímos para abrigar o conceito que
fazemos Dele.
Deus não é um conceito a ser dominado, um
conjunto de prescrições que podemos manipular, controlável ao nosso bel prazer.
Não, nada disso, Ele se mostra muito diferente do que “nossa vã filosofia”,
nosso raso entendimento e pensamento podem dimensionar – mais amoroso, mais
profundo, mais vasto, mais exato, mais fiel...
"Com quem vocês me compararão? Quem se
assemelha a mim? ", pergunta o Santo (Isaías 40.25).
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