quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Quando fatos ruins ocorrem a pessoas boas

Seria o sofrimento uma barreira para a fé? Por que pessoas justas sofrem tragédias em suas vidas? Há pessoas que pensam que o sofrimento do justo é o maior obstáculo à fé em Deus; argumentam a impossibilidade de que Deus seja amoroso e Todo-Poderoso se os desastres atingem pessoas boas. Ou Ele não ama seus seguidores o suficiente para cuidar deles ou não é poderoso o suficiente para protegê-los; e se o amor ou o poder de Deus é deficiente, Ele é indigno da adoração e dedicação da humanidade.
Num de seus livros, o famoso autor C.S.Lewis confessa que quando sua esposa faleceu de câncer nos ossos, ele sentiu como se os céus tivessem se transformado numa barreira de bronze entre ele e Deus. O rabino Harold Kushner, em seu livro “Quando coisas ruins acontecem a pessoas boas, diz que a questão do sofrimento das pessoas que amam a Deus é a principal questão teológica dos religiosos sensíveis. E Oswald Chambers escreve: “ser capaz de explicar o sofrimento talvez seja a maior indicação de nunca ter sofrido”. E conclui dizendo que o sofrimento “é um dos mistérios da vida que desperta todos os outros mistérios, até que o coração descanse em Deus”. Este é o dilema: alguns acham que o sofrimento do justo transforma a fé num Deus amoroso e poderoso numa incoerente impossibilidade; outros crêem que o sofrimento do justo transforma a fé num Deus amoroso e poderoso em algo imperativo.
Jó sofreu a perda de sua riqueza, bens e a morte de seus filhos, tudo em um único dia. Pouco depois, sua saúde foi debilitada e aparentemente sem perspectiva de recuperação. Seus íntimos amigos se achegam a ele e ao invés de confortá-lo, o acusam de ter pecados secretos não confessos a Deus. Sua mulher o aconselha a amaldiçoar a Deus por permitir que toda aquela miséria o abatesse (Jó 2.9); aos olhos dela era evidente que Deus traíra seu marido. Jó nunca soube o motivo de ter enfrentado tanta dor. Ao lermos Jó temos a sensação de que sua vida se torna um palco, um campo de batalha entre trevas e luz numa sessão de tortura com requinte de crueldade e teste de resistência. Satanás estava convicto de que sua estratégia de sofrimento iria destruir a fé de Jó (Jó 1.11; 2.4-5), mas enganou-se totalmente (Jó 1.9-10). Satanás sofreu uma terrível derrota, mas Jó nunca soube disso. O horror do sofrimento além de não conseguir persuadir e desestimular a fé de Jó, pelo contrário, sua percepção, conhecimento, experiência, intimidade com Deus cresceu, fortaleceu a ponto dele afirmar:
“Meus ouvidos já tinham ouvido a teu respeito, mas agora os meus olhos te viram” (Jó 42.5).
Na parábola do filho pródigo, o pai permite ao filho mais moço sair de casa e sofrer toda sorte de conseqüências por sua insensatez; ele também deixa que seu filho mais velho sofra arrastando a amargura e orgulho; até o momento adequado para que estes sentimento sejam expostos e tratados. O pai suporta a angústia de ver os dois filhos lidarem com a dor. Deus Pai criou o homem com o livre arbítrio e, ao dar tal liberdade, em sua justiça estabeleceu a colheita, o curso tanto do sofrimento humano quanto do divino, pois nossas tragédias acontecem num mundo totalmente desfigurado pelo pecado, e Deus não impede a dor daqueles a quem ama. Somos livres em nossas escolhas, até mesmo para adorá-Lo, amá-Lo, buscá-Lo, tudo é opção nossa. O que Ele nos oferece em nossa dor é o refúgio, seu colo de Pai, seu ombro de amigo. Podemos correr e nos apegar a Ele como a criança ao ferir-se busca o abrigo, o apoio dos braços do Pai; com todas as nossas forças, sendo confortados, fortalecidos, redirecionados ao compartilharmos com Ele nossa dor, frustração, sofrimento... Ou então podemos culpá-lo por nossas derrotas e erros infantilmente cometidos e sofrer teimosamente, sozinhos em nosso espaço.
Mas podemos sem sombra de dúvidas observar que a dor maior é Dele, como Pai, Deus Todo Poderoso, que criou todas as coisas e tem todas as respostas e saídas e tudo vê, e ouve, sem limitação pelo tempo ou espaço, dono do ouro e da prata, do mundo e de tudo que nele contém. Tentemos imaginar a dor, de ver seus filhos errarem, escolherem caminhos que não são os seus, planos e projetos que só trarão dor, derrota e sofrimento... o esforço para não intervir e gritar aos nossos ouvidos: “É aqui o caminho, ande por ele”... ou sacudir-nos para nos livrar do abismo ao qual cegamente nos encaminhamos...
Sem sombra de dúvidas a dor deste Pai é infinitamente maior ao ter as águas cristalinas que dessedenta e ver seus filhos rejeitarem e lamberem as cisternas rotas, imundas, lodentas e fétidas do pecado oferecidas pelo deus deste mundo, e se tornarem escravos do pecado e se perderem num mundo de erros e enganos.

Rendemo-nos a esse Pai amoroso que pode curar todas nossas feridas, entreguemos nossas vidas em suas mãos, pedindo sua direção em todas as nossas decisões, para que Ele possa estar na dianteira e também em nossa retaguarda em todos os nossos caminhos, só Ele pode todas as coisas, convidemos seu Santo Espírito a fazer morada em nossos corações, é a única maneira de sermos plenamente felizes, completos e evitarmos os erros em nossas escolhas.

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