domingo, 24 de agosto de 2014

Vida no Sangue

Pois a vida da carne está no sangue, e eu o dei a vocês para fazerem propiciação por si mesmos no altar; é o sangue que faz propiciação pela vida.
                      Levítico 17.11
Por meio do sangue de Jesus, TODAS as promessas da aliança com Deus tornaram-se efetivas. As promessas da aliança não dependem de termos ou de uma fé extraordinária para crer que serão cumpridas, elas são verdadeiras e tão poderosas hoje quanto no dia em que Deus as chamou à existência. Elas dependem do poder do sangue que Jesus derramou por nós. Dependem do sacrifício perfeito de uma vida caracterizada por obediência total a Deus.
Muitos cristãos hoje não desfrutam as bênçãos da aliança porque creem ser necessário ter uma fé enorme para receber cura, prosperidade ou ajuda financeira — enfim, para participar de todas as riquezas que Deus nos preparou. Como resultado, passam a maior parte do tempo lutando para alcançar uma fé que lhes permita receber o que necessitam.
As promessas da aliança com Deus não dependem de nós, mas da fidelidade de Deus e do poder do sangue de Jesus. Para compreender plenamente a eficácia da aliança, devemos primeiramente entender o significado do poder do sangue que a selou e tornou efetivas essas promessas.
A aliança eterna que Deus estabeleceu com o ser humano não é um acordo comum. É a mais intima e sagrada forma de pacto que existe: a aliança de sangue.
No mundo antigo, duas pessoas firmavam uma aliança para se tornarem "amigos de aliança", compartilhando o mesmo sangue.
Existe vida no sangue. Deus disse a Moisés: "A vida da carne está no sangue, e eu o dei a vocês para fazerem propiciação por si mesmos no altar; é o sangue que faz propiciação pela vida" (Levítico 17.11).
Pelo sangue flui a vida. Ele leva alimento e oxigênio às várias partes do corpo. O sangue circula em média, duas vezes por minuto no corpo humano, nenhuma parte do organismo humano sobrevive sem ser irrigado por ele.
A maioria dos adultos possui de cinco a sete litros de sangue no corpo. Cada milímetro cúbico de sangue, do tamanho de uma cabeça de alfinete, contém aproximadamente 5,5 milhões de células vivas. Essas células vivem entre 110 e 120 dias. Para se reabastecer de células, o corpo produz quase 2 milhões de novas células por segundo!
O sangue era sagrado para os israelitas. Quando ofereciam sacrifícios a Deus, isso não era feito com desrespeito ou descuido pela vida. O sangue representava a vida do animal sacrificado. Após a morte do animal, o sangue era colocado em uma bacia.
Prestes a serem libertos da escravidão egípcia, os filhos de Israel receberam instrução para sacrificar um cordeiro e espalhar o sangue nos umbrais das portas. Depois, tinham de entrar e permanecer ali até o amanhecer. Nada os podia ferir enquanto estivessem escondidos atrás do sangue. Os que entravam na casa não tinham autorização para cruzar os seus limiares, porque o sangue era sagrado.
Entre as leis que Deus entregou a Israel, havia esta: "Vocês não poderão comer o sangue de nenhum animal, porque a vida de toda carne é o seu sangue. Todo aquele que o comer será eliminado" (Levítico 17.14 TAB).
Como o sangue é a própria vida, dar o sangue era a mesma coisa que dar a vida. Receber o sangue de alguém significava receber a vida dele. Quando duas pessoas faziam uma aliança desse tipo, o sangue que se misturava era símbolo da união da vida de ambos. O sangue representava um compromisso até a morte e selava a aliança, significando que ela jamais seria quebrada.
A aliança de sangue que Deus firmou com Abraão foi selada e posta em prática por meio do sangue. Depois de apresentar sobre o altar os holocaustos e as ofertas de paz, Moisés derramou metade do sangue sobre o altar. Isso foi feito para expiação — a purificação dos pecados do povo. Israel pecava. Não estava firmando aliança com o Deus santo e justo por justiça própria, e sim por causa da fidelidade de Deus ao pacto que firmara com Abraão e pelo grande amor que tinha por eles.  
Depois de ler o Livro da Aliança, que continha os termos e as promessas da aliança, Moisés aspergiu o sangue sobre o livro e sobre o povo, dizendo: "Este é o sangue da aliança que o SENHOR fez com vocês de acordo com todas essas palavras" (Êxodo 24.8).
A aspersão do sangue sobre o Livro da Aliança a tornou efetiva e com valor legal. O mesmo sangue aspergido sobre o altar foi aspergido também sobre o Livro da Aliança e sobre o povo, mas antes disso o sangue foi apresentado e aceito no altar.
A aspersão do sangue sobre o povo significou a purificação dos pecados e a sua consagração para Deus como povo santo. Deus e o povo uniram-se pelo sangue do sacrifício.
Não foi a morte nem o corpo quebrado do animal, e sim o sangue que purificou o povo e selou para sempre a aliança entre Deus e Israel "Com efeito, segundo a Lei, quase todas as coisas são purificadas por meio do sangue, e sem derramamento de sangue não há libertação do pecado e da culpa nem remissão do castigo merecido pelos pecados" (Hebreus 9.22 TAB).
Deus exigiu o sacrifício e a aspersão do sangue sobre o altar porque estes falavam de um Sacrifício melhor que estava por vir. Todos os sacrifícios sob a Antiga Aliança foram necessários para mostrar ao povo a impossibilidade da remoção dos pecados pelo sangue de touros e de bodes. Eles eram sombra do Sacrifício ÚNICO e perfeito - o do Messias, o Redentor que havia de vir.
No tempo designado por Deus, a Nova Aliança foi estabelecida e selada, não com sangue de animais, mas com o sangue do Cordeiro "sem defeito e sem mancha", puro e sem pecado - o Filho do Deus vivo! Jesus veio à terra voluntariamente oferecer-se como Sacrifício Perfeito, para dar o seu sangue a fim de que pudéssemos estabelecer uma aliança com Deus e ser UM com ELE — para herdar tudo que é Dele.
Quando Cristo veio ao mundo, Ele disse: "Sacrifício e oferta não quiseste, mas preparaste um corpo para mim (para eu oferecer); não te agradaste de holocaustos e ofertas pelo pecado. Então eu disse: Aqui estou, ó Deus, vim para fazer a tua vontade, (para cumprir) aquilo que está escrito sobre mim no livro" (Hebreus 10.5-7 TAB).
Não foi a morte nem o corpo ferido de Jesus que selou a Nova Aliança: foi o seu sangue. No Antigo Testamento, a única exigência de Deus foi a obediência. O ser humano, com a sua natureza pecaminosa, era incapaz de andar em obediência e de guardar a aliança que Deus fez com ele. Portanto, ele perdeu a sua herança. Jesus, porém, veio e cumpriu essa exigência. Ele tornou-se o Sacrifício perfeito pelo pecado humano porque veio à terra em forma humana e viveu uma vida de TOTAL OBEDIÊNCIA a Deus. Jesus cumpriu a Lei!
Por essa razão, o sangue de Jesus tem poder para purificar os nossos pecados e nos dar a vida eterna. No decorrer dos séculos, muitos deram a vida pelos seus amados ou pela pátria. Mas apenas um Homem — o Filho do Deus vivo — viveu uma vida sem pecado, de total obediência a Deus. Pela sua obediência, "tornou-se a fonte da salvação eterna"(Hebreus 5.9). Foi a obediência de Jesus que tornou o seu sangue aceitável de uma vez por todas, como o Sacrifício único e perfeito pelos pecados do mundo.
Há PODER no sangue de Cristo! Alguns cristãos hoje querem remover de suas canções todas as referências ao sangue de Jesus. Temos uma mensagem para eles: sem o sangue de Jesus, não há perdão nem esperança — não existe vida!
Jesus, o nosso Sumo Sacerdote, ofereceu o seu sangue no Santo dos Santos: "Ele foi, definitivamente até o Santo dos Santos (do céu) não pela virtude do sangue de bodes e de novilhos, mas pelo próprio sangue, tendo estabelecido e garantido uma redenção completa — uma libertação eterna. Pois se (o simples) ato de espalhar em pessoas impuras e contaminadas o sangue de bodes e de novilhos e cinzas de vitelos queimados é suficiente para a purificação do corpo, quanto mais o sangue de Cristo, o qual por virtude do (seu) eterno Espírito ofereceu-se como Sacrifício sem defeito a Deus, purificará a nossa consciência das obras mortas e dos rituais sem vida, para que sirvamos ao Deus que vive (para sempre)!” (Hebreus 9.12-14 TAB).
Jesus tornou-se o Mediador da Nova Aliança. POR MEIO DE SEU SANGUE, firmamos uma aliança com Deus e agora somos UM com Ele. O sangue de Jesus misturou-se com o nosso!
Pelo seu sangue, obtemos perdão e recebemos poder sobre o pecado, tornamo-nos participantes da natureza divina, adquirimos uma herança que jamais desaparecerá, herdamos todas as promessas da aliança com Deus!
Jesus não apenas espargiu o seu sangue sobre o Santo dos Santos pelos nossos pecados. Ele o espargiu também sobre o "Livro da Aliança" - as Sagradas Escrituras, que sela e ratifica para sempre a sua aliança conosco.
TODAS as promessas da aliança foram seladas para sempre e postas em prática pelo PODER do sangue de Jesus! Não existe absolutamente possibilidade de falharem as promessas da aliança de Deus — ISSO É IMPOSSÍVEL!

Então, tomemos posse dessas promessas pela fé, como fez Abraão, apropriemos delas diariamente, a fim de vermos supridas todas as nossas necessidades.

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