sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Deus em meio às circunstâncias


É Deus o controlador das circunstâncias. Felizmente, porque a vida é feita de momentos, as situações que enfrentamos são ordenadas ou permitidas por ELE e, em geral, independem de quem somos e até mesmo de estarmos ou não servindo a ELE.
Muitas das adversidades que enfrentamos foram permitidas para aparentemente atrapalhar-nos e perturbar-nos pela nossa falta de entendimento sobre a vida e o poder de Deus; para nos sacudir, chamar nossa atenção, fazer-nos crescer, ganhar experiência, nos lapidar.
Quando os problemas surgem contra nós, com freqüência é o caminho pavimentado por Deus para uma grande obra de libertação, cura, crescimento espiritual em nossa vida. E, quando a vitória vier, saberemos acertadamente que foi o seu poderoso braço que nos salvou.
Assim, um dos propósitos das circunstancias contrárias é Deus mostrar o seu poder e a sua glória a um mundo que precisa ver a sua majestade. Outro propósito é Ele se revelar a nos de tal forma que aprendamos a confiar Nele de modo definitivo, sem nos importarmos com a situação ao nosso redor. Saberemos que Deus dará sua provisão nas circunstâncias de hoje e de amanhã — porque Ele já se revelou nas circunstancias de ontem.
Temos um tremendo exemplo bíblico de alguém cuja vida foi apanhada na teia das adversidades, aparentemente devastadoras, vejamos a parte da vida de Jacó detalhada em Gênesis 32;
Examinemos as circunstâncias:
=>Há mais de vinte anos, Jacó havia recebido a bênção de primogenitura que pertencia ao irmão mais velho, Esaú. Mas a obteve por meio fraudulento: Jacó havia enganado seu pai, Isaque, para obter a bênção que, por tradição, pertencia ao irmão mais velho.
=> Esaú, enraivecido, prometeu matar Jacó. Com medo, Jacó fugiu para Harã, onde trabalhou 21 anos. Ali, Deus abençoou Jacó com esposas, filhos e rebanho numeroso.
=> Deus ordenou a Jacó que regressasse. Entretanto, ele estava amedrontado, porque Esaú poderia ainda estar zangado, disposto a matá-lo. Era um tormento com o qual Jacó convivia e que o impedia de ver as circunstâncias boas que o rodeavam. O tempo todo, as boas circunstâncias sobrepujavam as más, porém ele não as reconhecia.
=> Durante a viagem, "anjos de Deus vieram ao encontro dele" (v. 1) Jacó viu os anjos, contudo, continuava apavorado. Sabia da promessa de Deus: "Esteja certo de que Eu o farei prosperar" (v. 12) e ainda assim temia.
=> Havia uma profunda busca espiritual a realizar sozinho, então ele enviou as esposas, os filhos e os servos a um ribeiro chamado Jaboque, que significa "um esvaziamento" ou "derramamento".
Paremos por aqui em nossa história e concentremo-nos no medo atormentador que levou Jacó àquele lugar e impedia o fluxo do poder de Deus em sua vida.
Basicamente, havia razão para Jacó temer:
=> ele não percebia, não fazia uma leitura de sua verdadeira situação, não dimensionava, não equacionava, não entendia a sua posição, então temia.
Se nós, cristãos, conhecêssemos a realidade de cada situação e compreendêssemos a nossa posição, seríamos poupados de muitas turbulências, insegurança, incertezas e muitos temores.
Jacó olhava para as circunstâncias pelo lado natural... considerando apenas o que julgava merecer, o que ouvira falar e aquilo em que acreditava. Não se apoiava nas promessas de Deus ou na obra que o SENHOR havia feito no coração do irmão durante a sua ausência.
Se pudéssemos tão-somente aprender a ver as coisas como Deus vê, pela ótica Dele, como seria diferente a nossa vida!
A situação real de Jacó era esta: durante o tempo em que ele esteve ausente da terra natal, Deus também havia abençoado Esaú, e este estava a caminho para encontrar Jacó com a intenção de dar-lhe as boas-vindas e em paz. Não planejava matá-lo. Deus havia operado na vida de Esaú e em seu coração, apagando o mal que Jacó praticara e tanto temia.
O medo, tão bem ilustrado nessa história, foi produto da ignorância. Na maioria das vezes, temos medo do desconhecido. Para cada circunstância apavorante ou devastadora, Deus tem o ponto de vista correto, sendo capaz de mudar qualquer situação e nos dar a vitória. Por isso é fundamental conhecer os fatos, como se mostram aos olhos de Deus. Se estivermos Nele, poderemos confiar em sua compreensão e simplesmente andar passo a passo com Ele rumo à vitória.
Satanás é o ladrão, e uma das coisas que procura roubar é a nossa auto-imagem. Jacó não entendia a sua verdadeira posição em Deus.
Quando a nossa mente é turbada, condicionada ao ponto em que nos vemos como fracos, débeis, impotentes, incapazes, fracassados; quando a imagem do nosso eu é negativa e incorreta, o poder de Deus é impedido de fluir em nossa vida para ajudar-nos a vencer as circunstâncias e abençoar-nos.
No versículo 24, lemos que Jacó encontrou um ser angelical no deserto, foi lembrado de que tinha força diante de Deus e dos homens (v. 28). Ele precisava perceber que tinha esse poder, mas também, ter atitude, agir como se o tivesse, pois não o estava usando adequadamente. Em outras palavras, Jacó estava lutando para conseguir o que já possuía! Não usufruía das provisões que já lhe pertenciam.
A Fé é um Fato, mas também um ato! O que Jacó precisava fazer era perceber quem era e agir com base naquele conhecimento e autoridade, não percebeu sua realidade, por isso lutou.
Hoje essa é a condição na vida da maioria de nós cristãos. Quando o anjo perguntou a Jacó: Qual é o seu nome? ele respondeu: "Jacó". O anjo retrucou: "Você está enganado. Eu o conheço melhor do que você mesmo. O seu nome é Israel" (v.27,28; paráfrase).
O anjo estava querendo dizer: "Um dia, lá em cima nos céus, Deus mudou o seu nome de Jacó, o suplantador e enganador, para Israel. Ele tornou você um príncipe por causa da promessa que lhe fez. Você tem poder diante de Deus e dos homens, poder que não conhece, por isso está fugindo e se escondendo, lamentando e chorando... mas você tem PODER!".
O nome de Jacó foi mudado. Como Jacó, ele nada possuía... mas como príncipe de Deus, manteve um relacionamento com o Pai celestial, que lhe rendeu poder para vencer as circunstâncias da vida — o mesmo poder que pertence agora a nós por meio de Cristo Jesus.
“Seu divino poder nos deu todas as coisas de que necessitamos para a vida e para a piedade, por meio do pleno conhecimento daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude”.
(2 Pedro 1.3)

"Eu lhes dei autoridade para pisarem sobre cobras e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo; nada lhes fará dano" (Lucas 10.19).

Nenhum comentário:

Postar um comentário