É Deus o controlador das
circunstâncias. Felizmente, porque a vida é feita de momentos, as situações que enfrentamos são ordenadas ou permitidas
por ELE e, em geral, independem de quem somos e até mesmo de estarmos ou não
servindo a ELE.
Muitas das adversidades
que enfrentamos foram permitidas para aparentemente atrapalhar-nos e
perturbar-nos pela nossa falta de entendimento sobre a vida e o poder de Deus; para
nos sacudir, chamar nossa atenção, fazer-nos crescer, ganhar experiência, nos
lapidar.
Quando os problemas surgem
contra nós, com freqüência é o caminho pavimentado por Deus para uma grande
obra de libertação, cura, crescimento espiritual em nossa vida. E, quando a
vitória vier, saberemos acertadamente que foi o seu poderoso braço que
nos salvou.
Assim, um dos propósitos
das circunstancias contrárias é Deus mostrar o seu poder e a sua glória a um
mundo que precisa ver a sua majestade. Outro propósito é Ele se revelar a nos
de tal forma que aprendamos a confiar Nele de modo definitivo, sem nos
importarmos com a situação ao nosso redor. Saberemos que Deus dará sua provisão
nas circunstâncias de hoje e de amanhã — porque Ele já se revelou nas
circunstancias de ontem.
Temos um tremendo exemplo
bíblico de alguém cuja vida foi apanhada na teia das adversidades,
aparentemente devastadoras, vejamos a parte da vida de Jacó detalhada em
Gênesis 32;
Examinemos as
circunstâncias:
=>Há mais de vinte
anos, Jacó havia recebido a bênção de primogenitura que pertencia ao irmão mais
velho, Esaú. Mas a obteve por meio fraudulento: Jacó havia enganado seu pai,
Isaque, para obter a bênção que, por tradição, pertencia ao irmão mais velho.
=> Esaú, enraivecido,
prometeu matar Jacó. Com medo, Jacó fugiu para Harã, onde trabalhou 21 anos.
Ali, Deus abençoou Jacó com esposas, filhos e rebanho numeroso.
=> Deus ordenou a Jacó
que regressasse. Entretanto, ele estava amedrontado, porque Esaú poderia ainda
estar zangado, disposto a matá-lo. Era um tormento com o qual Jacó convivia e
que o impedia de ver as circunstâncias boas que o rodeavam. O tempo todo, as
boas circunstâncias sobrepujavam as más, porém ele não as reconhecia.
=> Durante a viagem,
"anjos de Deus vieram ao encontro dele" (v. 1) Jacó viu os anjos, contudo,
continuava apavorado. Sabia da promessa de Deus: "Esteja certo de
que Eu o farei prosperar" (v. 12) e ainda assim temia.
=> Havia uma profunda
busca espiritual a realizar sozinho, então ele enviou as esposas, os filhos e
os servos a um ribeiro chamado Jaboque, que significa "um
esvaziamento" ou "derramamento".
Paremos por aqui em nossa
história e concentremo-nos no medo atormentador que levou Jacó àquele lugar e
impedia o fluxo do poder de Deus em sua vida.
Basicamente, havia razão
para Jacó temer:
=> ele não percebia, não
fazia uma leitura de sua verdadeira situação, não dimensionava, não
equacionava, não entendia a sua posição, então temia.
Se nós, cristãos,
conhecêssemos a realidade de cada situação e compreendêssemos a nossa posição,
seríamos poupados de muitas turbulências, insegurança, incertezas e muitos temores.
Jacó olhava para as
circunstâncias pelo lado natural... considerando apenas o que julgava merecer,
o que ouvira falar e aquilo em que acreditava. Não se apoiava nas promessas de
Deus ou na obra que o SENHOR havia feito no coração do irmão durante a sua
ausência.
Se pudéssemos tão-somente
aprender a ver as coisas como Deus vê, pela ótica Dele, como seria
diferente a nossa vida!
A situação real de Jacó
era esta: durante o tempo em que ele esteve ausente da terra natal, Deus também
havia abençoado Esaú, e este estava a caminho para encontrar Jacó com a
intenção de dar-lhe as boas-vindas e em paz. Não planejava matá-lo. Deus havia operado na
vida de Esaú e em seu coração, apagando o mal que Jacó praticara e tanto temia.
O medo, tão bem ilustrado
nessa história, foi produto da ignorância. Na maioria das vezes, temos medo do
desconhecido. Para cada circunstância apavorante ou devastadora, Deus tem o
ponto de vista correto, sendo capaz de mudar qualquer situação e nos dar a
vitória. Por isso é fundamental conhecer os fatos, como se mostram aos
olhos de Deus. Se estivermos Nele, poderemos confiar em sua compreensão e
simplesmente andar passo a passo com Ele rumo à vitória.
Satanás é o ladrão, e uma
das coisas que procura roubar é a nossa auto-imagem. Jacó não entendia a sua
verdadeira posição em Deus.
Quando a nossa mente é
turbada, condicionada ao ponto em que nos vemos como fracos, débeis,
impotentes, incapazes, fracassados; quando a imagem do nosso eu é negativa e
incorreta, o poder de Deus é impedido de fluir em nossa vida para ajudar-nos a
vencer as circunstâncias e abençoar-nos.
No versículo 24, lemos que
Jacó encontrou um ser angelical no deserto, foi lembrado de que tinha força
diante de Deus e dos homens (v. 28). Ele precisava perceber que tinha esse
poder, mas também, ter atitude, agir como se o tivesse, pois não o estava
usando adequadamente. Em outras palavras, Jacó estava lutando para conseguir o
que já possuía! Não usufruía das provisões que já lhe pertenciam.
A Fé é um Fato, mas também
um ato! O que Jacó precisava fazer era perceber quem era e agir com base naquele
conhecimento e autoridade, não percebeu sua realidade, por isso lutou.
Hoje essa é a condição na
vida da maioria de nós cristãos. Quando o anjo perguntou a Jacó: Qual é o seu
nome? ele respondeu: "Jacó". O anjo retrucou: "Você está
enganado. Eu o conheço melhor do que você mesmo. O seu nome é Israel" (v.27,28; paráfrase).
O anjo estava querendo
dizer: "Um dia, lá em cima nos céus, Deus mudou o seu nome de Jacó, o
suplantador e enganador, para Israel. Ele tornou você um príncipe por causa da
promessa que lhe fez. Você tem poder diante de Deus e dos homens, poder que não
conhece, por isso está fugindo e se escondendo, lamentando e chorando... mas
você tem PODER!".
O nome de Jacó foi mudado.
Como Jacó, ele nada possuía... mas como príncipe de Deus, manteve um
relacionamento com o Pai celestial, que lhe rendeu poder para vencer as
circunstâncias da vida — o mesmo poder que pertence agora a nós por meio de
Cristo Jesus.
“Seu divino poder nos deu todas as coisas de que necessitamos para a
vida e para a piedade, por meio do pleno conhecimento daquele que nos chamou
para a sua própria glória e virtude”.
(2 Pedro 1.3)
(2 Pedro 1.3)
"Eu lhes dei
autoridade para pisarem sobre cobras e escorpiões, e sobre todo o poder do
inimigo; nada lhes fará dano" (Lucas 10.19).
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